Resenha Flores para Algernon de Daniel Keyes
Com elementos de ficção científica, “Flores para Algernon” de Daniel Keyes, é uma história angustiante e comovente, que permanece atual.
Inicialmente, foi publicado como um conto na revista The Magazine of Fantasy & Science Fiction em 1959. Devido ao seu sucesso, Keyes expandiu o conto em um romance, publicado em 1966.
Características de Flores para Algernon
- Escrito por: Daniel Keyes
- Tradução: Luisa Geisler
- Editora: Aleph
- Edição: Julho/2018
- 288 Páginas
- Disponível no Kindle Unlimited
Sinopse
Charlie Gordon, possui uma grave deficiência intelectual. Ao se tornar cobaia de uma pesquisa, Charlie adquire uma crescente inteligência que trará muitos benefícios para sua vida, mas também vários entendimentos sobre como ele era tratado antes…
Resenha Flores para Algernon
Se eu precisasse definir esta obra com apenas uma palavra, seria ANGUSTIANTE!
Um trabalho incrível do Daniel Keyes, nos mostrando, mesmo em 1959, que a humanidade está presa num ciclo de “filhadaputice”, pois vários dos sofrimentos que o protagonista Charlie Gordon passa, nós vemos acontecendo ainda hoje.
O livro é um drama com elementos de ficção científica, sendo narrado através dos relatórios de desenvolvimento do Charlie. É uma grande sacada o livro ser nesse formato, pois o leitor consegue entender o protagonista facilmente e se importar com ele.
Ainda que seja uma narrativa instigante, devo acrescentar que eu não recomendaria “Flores para Algernon” se você está passando por muitas dificuldades em sua vida, pois há elementos pesados descritos aqui.
RELATORIO DE PROGRESO 1
3 de marsso – Dotor Strauss diz que eu deveria iscrever o que eu penso e mi lembra de tudo que acontese de agora endiante.
Charlie teve uma infância difícil, sua mãe não aceitava que o jovem tinha um problema. Já na fase adulta, por ele ver o mundo de forma diferente, até mesmo inocente, ele sofria nas mãos dos colegas de trabalho.
É triste e revoltante lermos nos relatórios de Charlie, o que faziam com ele, e ainda sim ele tratar os outros como amigos, justamente por não entender o que acontecia. E para o leitor resta ter forças para continuar.
E quando Charlie começa o tratamento para aumentar sua inteligência… Você acha que a vida dele melhora? Bom, por algum tempo, até pode-se dizer que sim, no entanto assim que ele adquire percepção do mundo, do que era feito com ele e pior ainda, começa a pensar no futuro, bem como criar relações com outras pessoas… Bah, a angústia aumenta ainda mais!
Ah, um detalhe que talvez fique na cabeça de quem não leu ainda: o Algernon do título, é o ratinho cobaia, que recebeu o tratamento de inteligência antes do Charlie.
Talvez as únicas partes do livro que não me agradaram, foram os flashbacks. São importantes para termos o contexto da relação que a família tinha com Charlie, mas se tornam repetitivos, com a mãe dele tendo comportamentos cada vez mais traumatizantes. Nas primeiras menções, já ficam claros os pensamentos dela. Mostrar mais cenas com a mesma temática, vira repetição de tortura.
Pontos Positivos:
- Tema extremamente atual;
- Narrativa emocionante.
Pontos Negativos:
- Alguns flashbacks se tornam repetitivos.
Livro Flores para Algernon, vale a leitura?
Com certeza! Um livro de sensibilidade ímpar, uma jornada na mente humana, nos relacionamentos e, praticamente, um estudo sobre a sociedade.
⭐ Nota: 9,5
Curiosidades
A inspiração para o livro veio da experiência de Keyes como professor. Um de seus alunos, que tinha dificuldades de aprendizado, perguntou se poderia ser colocado em uma turma regular caso ele se esforçasse e se tornasse inteligente.
Outro aluno, que regrediu drasticamente após ser retirado das aulas regulares, também influenciou a criação do personagem Charlie Gordon. Os professores que Keyes conheceu durante a graduação também inspiraram os personagens Dr. Nemur e Dr. Strauss.
Como já mencionado, “Flores para Algernon” foi publicado inicialmente como um conto e venceu o Prêmio Hugo de 1960 na categoria de melhor conto. Após ser publicado no formato de romance, dividiu o Prêmio Nebula de melhor romance em 1966 com “Babel-17“.
O livro foi adaptado várias vezes para diferentes mídias, incluindo teatro, cinema e rádio. Uma das adaptações mais notáveis foi o filme “Charly” (1968), que rendeu a Cliff Robertson o Oscar de Melhor Ator.
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